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28/01/2016

Internautas não acreditam na segurança do país contra ataques terroristas

O Brasil não está preparado para enfrentar um ataque terrorista segundo 88% dos entrevistados em enquete divulgada hoje, 28, pela Data Senado. A enquete, que teve a participação de 3.475 internautas, foi realizada entre 16 de dezembro e 17 de janeiro.


O resultado apontou também quais crimes poderiam ser tipificados como terroristas na visão dos internautas. Entre os que responderam, 87% acham que ataques a hospitais são ações terroristas. Já 72 % acreditam que as agressões a transportes públicos e 70% consideram ataques a locais religiosos.


Em outubro de 2015, a BBC Brasil realizou uma matéria especial mostrando a fragilidade do raio-x nos principais aeroportos brasileiros. Segundo o promotor público de São Paulo, Cássio Conserino, a principal preocupação é que extremistas usem possíveis falhas para introduzir bombas em aviões, que não é citado na pesquisa.


Para o presidente da Federação Nacional dos Policiais, Luís Antônio Boudens, a falta de fiscalização de bagagens nos aeroportos em voos domésticos é uma realidade preocupante e no caso dos voos internacionais, a fiscalização é feita, porém, na maioria das vezes, por funcionários terceirizados da administração dos aeroportos e não por policiais federais.


Segundo a Secretaria de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, será implantado para as olimpíadas o Centro Integrado Antiterrorismo, que vai contar com a colaboração da inteligência de outros países. Agentes Federais têm participado desde o ano passado de treinamentos práticos de atuação em grandes eventos internacionais. Esses policiais já têm experiência de atuação nas Maratonas de Boston e de Berlim, no Mundial de Atletismo, na China, nos Jogos Europeus Baku 2015, no Tour de France e também na Assembleia-Geral da ONU, com êxito na garantia da Segurança durante esses eventos.

 

Regulamentação


Apesar da falta de regulamentação do crime de terrorismo no Brasil, tramitam no Sendo Federal dois projetos que tipificam o crime e criam penas duras.


O PLC 101/2015, do senador Aloysio Nunes (PSDB/SP), prevê pena de prisão de 16 a 24 anos em regime fechado e se resultar em morte, a punição pode ser de até 30 anos. Já o PLS 178/2015, apresentado pelo senador Davi Alcolumbre (DEM/AP) define como crime terrorista a produção dolosa de perigo comum, através de incêndio, explosão, liberação de substâncias radioativas, gases asfixiantes, tóxicos ou biológicos.


Boudens acredita que é preciso reforçar a defesa do país, especialmente em suas fronteiras, portos e aeroportos, visando impedir eventuais atentados. Os agentes federais realizam treinamentos e capacitações em cursos de Contraterrorismo e Antiterrorismo para a defesa da soberania do país. “A Polícia Federal deve envolver mais de três mil servidores durante os Jogos no Rio de Janeiro. O esforço será conjunto de todos os órgãos para garantir a segurança dos 15 mil atletas que participarão do evento” finaliza.

 
 

Fonte: Agência Fenapef